quinta-feira, 26 de maio de 2011

HISTÓRIAS DE WILSON GERALDO/POR NILSON MARIA (RADIO ABSOLUTA)

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Nilson Maria  apresenta um programa
 das15 as 17 horas na radio Absoluta 1470AM

Wilson Geraldo Karl, um dos grandes nomes do rádio campista, deixou saudades e um histórico de passagens interessantes.
Dono de uma voz metálica, linda, dicção perfeita e improviso fabuloso, Tico-Tico, como era conhecido, lançou a Boite do Tico, programa de rádio que marcou época e reunia um número incalculável de ouvintes. Com efeito de vozes, garrafas abertas, música de fundo, a impressão era a de que o programa acontecia, mesmo, numa boite. No Studio da rádio, Tico-Tico apresentava o programa em pé, fazendo referencia a nomes da sociedade que, em sua imaginação, encontravam-se no ambiente. Contam-se inúmeras situações em que esposas revoltadas cobravam explicações de seus maridos, os quais, segundo o locutor, estavam na mesa número tal, muito bem acompanhados. Não foram poucas as vezes em que Wilson Geraldo foi chamado por maridos a dar satisfação às esposas, esclarecendo que a Boite do Tico não passava de um programa de rádio e tudo surgia de sua fértil imaginação.
Eu mesmo, em algumas ocasiões, atendi garçons na Rádio Campos Difusora, interessados em trabalhar na boite imaginária.
Mas Wilson Geraldo protagonizou, também, algumas outras histórias interessantes.
Nos tempos em que todas as emissoras de rádio tinham a tradicional oração da Ave Maria, ele, então locutor da Rádio Cultura, teve seu horário alterado pelo diretor da emissora, Dr. Mário Ferraz Sampaio, passando a ocupar o horário do final da tarde. Logo no primeiro dia, às 18 horas, o operador de som entrou com o fundo da Ave Maria e Tico-Tico mandou solene para o ar:
“São 18 horas! Hora do Angelus! Ave Maria cheia de graça, o senhor é convosco, bendita sois vós entre as mulheres –OBA OBA SALVE AS MULHERES! – bendito é o fruto…..”
“Oba Oba Salve as Mulheres” era um bordão que Tico-Tico usava em seus programas, mas que não tinha nada a ver com a seriedade da Ave Maria.
Ato contínuo, o Dr. Mário Ferraz Sampaio saiu de sua sala, colérico:
“Sr. Wilson Geraldo, como ousas conspurcar o sagrado horário do Angelus? Oba Ob a Salve as Mulheres no meio da Ave Maria? Isso é um absurdo”
E Tico-Tico, sem perder a pose:
“Desculpe Dr. Mário, mas rádio é comunicação. É preciso botar um molho na Ave-Maria. Senão fica chato, todo dia a mesma coisa?
Em outra ocasião Wilson Geraldo foi contratado como locutor da Prefeitura. O prefeito da época tinha fama de conquistador e dele se dizia que tinha várias mulheres, além da oficial.
Na inauguração de uma praça lá estava Wilson Geraldo, empolgado, com o seu improviso fácil:
“Dentro de mais alguns instantes aqui estará o Sr. Prefeito, fulano de tal, para entregar mais uma obra de seu governo…”
Depois de algum tempo chegou o Prefeito acompanhado da tradicional turma de puxa-sacos e de sua esposa. Com entusiasmo o locutor vibrava:
“Acaba de chegar o Exmo. Sr. Prefeito, Fulano de Tal, acompnhado dela… e frisou…A LEGÍTIMA ESPOSA!
A primeira dama não deixou o prefeito dormir, cobrando dele uma explicação. Se ela era a legítima esposa era sinal de que os comentários sobre as traições dele faziam sentido.
No dia seguinte Tico-Tico foi demitido. Nem mesmo a justificativa de que a sua intenção fora a de enaltecer a presença da primeira dama aliviou a sua barra.

5 comentários:

  1. Wilson Geraldo, era um gênio. Salve o Tico...

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  2. kkkkkkkkkkkkkkk rsrsrsrrsrsrsrrsrsrsrsrrsrrs

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  3. Muito engraçadas e verdadeiras histórias. Acho que Nilson Maria já deveria ter escrito um livro sobre figuras históricas do rádio campista. A rigor seria ótimo para Faculdade de Jornalismo, amantes do rádio em geral e para própria história de nossa cidade. Serviria também para homenagear essa importante classe de profissionais do rádio de Campos, classe esta, no meu entendimento, que é sem dúvida alguma a melhor de todas classes de profissionais existentes na nossa planície, mesmo mal remunerada, é aguerrida, responsável e altamente capacitada, reconhecidamente em todo território nacional, com a devida vênia das demais.

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  4. É motivo de imenso orgulho saber que vovô ainda hoje é lembrado por sua irreverência e bom humor, ainda me lembro de pequeno ele me chamando de tico tico, e a cada primo, um apelido hilário diferente, e das sagradas reuniões de família aos domingo, onde ele solenemente tomava sua canja de galinha com pimenta malagueta colhida no quintal.

    Acredito que poucos sabem, mas tico tico foi piloto de helicóptero da Marinha do Brasil, serviu na segunda guerra, levava mantimento ás frentes militares, e para ilustrar, segue mais uma de suas inúmeras histórias:

    Minha querida avó, Helena Rodriguez Karl, me contou certo dia o Sr° tico tico, ainda servindo na base militar no Rio de Janeiro, tinha a mania de sair do quartel de jipe, escondê-lo em um terreno baldio ao lado da casa de minha avó e pular o muro para namorar na varanda, certo dia, tico tico inventou de levá-la á uma festa de padroeiro, e lá avistou uma barraca de tiro ao alvo, pagou o ingresso e não errou um tiro sequer, então o dono da barraca deu-lhe a opção de escolha entre os dois maiores prêmios, uma grande urso de pelúcia ou uma garrafa de bebida, aí não precisa citar qual foi a escolha de tico tico...
    Saindo da barraca, andando com uma de suas mãos dadas com vovó, fardado, e na outra a garrafa da bebida escolhida, avistou um jipe do quartel, ocupado por dois oficiais que ao se aproximarem disseram: 'KARL...ENTRA!!!'
    Segundo vovó, ele só foi visto algumas semanas depois quando saiu da cana.

    Dentre essas e outras tico tico fez sua passagem por aqui, deixando um rastro de alegria e bom humor por onde passou.

    Agradeço aos amigos que conheçam mais histórias dessa figura apelidada por tico tico, que compartilhem-nas conosco, nós da Família KARL estaremos registrando e compartilhando outras.


    Grande abraço a todos!

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