sábado, 8 de outubro de 2011

Astros da Black Ops, da PF, têm histórico de encrencas


 MARCOS DE PAULA/AGÊNCIA ESTADO/AE
“Sou um atleta e não um maloqueiro. Sou um trabalhador. Foi tudo esclarecido”, disse o jogador Emerson Sheik, titular do Corinthians, em entrevista ao jornal O GLOBO. O jogador corintiano, o volante Diguinho, do Fluminense, o meia Kleberson, do Atlético Paranaense, e os cantores Latino e Belo tiveram seus carros confiscados na sexta-feira, 7, durante a maior operação realizada pela Polícia Federal este ano no país – a Black Ops.
A megaoperação resultou na prisão de ao menos 13 pessoas, entre elas três PMs e um israelense procurado pela Justiça americana sob acusação de lavagem de dinheiro e tráfico de drogas. De acordo com as investigações, a quadrilha importava carros usados e os vendia como novos, para lavar dinheiro obtido com a exploração de caças-níqueis. Os veículos vinham dos Estados Unidos e eram importados ilegalmente.
Não é a primeira vez que Emerson Sheik tem problemas com a Polícia Federal. No dia 20 de janeiro de 2006, Sheik foi preso por agentes da Polícia Federal no Aeroporto Internacional Tom Jobim, na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro, quando tentava embarcar para os Emirados Árabes com documentos falsos. Em uma certidão de nascimento falsa, que foi usada para emitir o passaporte, havia a informação de que ele nascera em 6 de dezembro de 1981, em Nova Iguaçu, com o nome Márcio Emerson Passos, mas sua certidão de nascimento original diz que ele nasceu em 6 de setembro de 1978, com o nome Márcio Passos de Albuquerque. A justiça brasileira pediu a quebra de sigilo fiscal do jogador, que também é acusado por lavagem de dinheiro. Os crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas podem levar a penas que variam de dois a dez anos.
Entre os envolvidos na operação, o cantor Belo tem o maior histórico de problemas com a justiça. Ele foi acusado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro por envolvimento com traficantes cariocas. Em 30 de dezembro de 2002, Belo foi condenado a oito anos de prisão — por tráfico de drogas, associação para o tráfico e porte ilegal de armas. O cantor cumpriu pena em regime fechado. Em março de 2006 foi concedido a progressão para o regime semi-aberto.
A vida polêmica do cantor Latino continua movimentando as colunas de fofocas. Ele também já esteve envolvido em escândalos policiais. Em julho do ano passado, Latino foi acusado de estupro pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais. O caso teria acontecido após um show na cidade de Liberdade, quando uma menor de 13 anos teria sofrido abusos cometidos por ele em seu camarim. A investigação corre em segredo de Justiça. Caso Latino venha ser condenado, a pena pode variar entre oito e 15 anos de reclusão.
Os escândalos protagonizados pelo volante do Fluminense, Diguinho, também são frequentes no mundo do futebol. Em novembro do ano passado, durante a festa de aniversário do goleiro Fernando Henrique, Diguinho se envolveu em uma discussão que culminou numa briga com três rapazes. Os homens agrediram o volante, que acabou machucando a mão. Os rapazes não prestaram queixa, mas o jogador chegou a ser advertido pela diretoria do clube. Frequentador assíduo da noite carioca, Diguinho foi agredido por torcedores durante um treino do Fluminense, em novembro de 2009. Cerca de 30 integrantes de uma facção organizada do time carioca invadiram o campo das Laranjeiras para cobrar o volante. Na confusão, Diguinho levou um soco no estômago.
A trajetória do meia Kleberson, outro acusado de ter comprado um carro de luxo da quadrilha desbaratada, é marcada por hábitos discretos. O jogador foi revelado pelo Atlético-PR. Em 2004, foi vendido para clube inglês Manchester United, onde tornou-se o primeiro jogador brasileiro da agremiação. Dois anos mais tarde, retornou ao Brasil, de contrato assinado com o Flamengo. Durante o Campeonato Brasileiro deste ano, o jogador foi emprestado para o clube que o revelou. O mandado de apreensão do carro do jogador foi cumprido às 6h na casa dele – e surpreendeu a todos. O carro de Kleberson, um modelo Jeep Hummer, que teria sido importado ilegalmente dos Estados Unidos, foi levado para a Receita Federal. Segundo a assessoria da PF, Kleberson teria agido de "boa fé" e atendido tranquilamente o pedido dos policiais.
A investigação da operação Black Ops contou com o apoio de agências de inteligência de Israel, da Inglaterra e dos Estados Unidos. De acordo com agentes da Polícia Federal, entre os veículos apreendidos estão uma Lamborghini e um Ford Mustang 500. Os veículos foram encaminhados à Receita Federal e ficarão à disposição da Justiça.
 Não tem jeito. De tempos em tempos, infelizmente, jogadores de futebol e pagodeiros, senhores de vencimentos de milhares de reais por mês, se envolvem em confusão. E desta vez é da grossa. Ao desarticular uma das maiores quadrilhas do crime organizado do Brasil, resultado de uma aliança ainda não conhecida entre traficantes de drogas e patrões do jogo do bicho, com quartel-general no Rio de Janeiro, a Polícia Federal chegou aos nomes dos jogadores de futebol Emerson Sheik, do Corinthians, Diguinho, do Fluminense, Kleberson, do Atlético Paranaense, e dos cantores Latino e Belo – este condenado por envolvimento com o tráfico de drogas e preso com armas pesadas em seu poder. Eles responderão a inquérito aberto com o resultado da megaoperação Black Ops, que levou os policiais federais, ontem, a uma ação em 14 Estados, nos quais vasculharam 30 revendedoras de carros importados semi novos, cumpriu 119 mandados de prisão e apreendeu 35 automóveis. Mas não terminou: R$ 50 milhões em dinheiro foram confiscados.
O esquema criminoso lavava dinheiro de caça-níqueis por meio da venda de carros importados. E não quaisquer carros. Além de serem muitos, presentes em lojas do País inteiro, está-se falando de uma Lamborghini Gallardo LP 560, avaliada em R$ 1,3 milhão, como a que foi apreendida em São Paulo. No comando da quadrilha, suspeita-se, está o filho do banqueiro de jogo de bicho carioca Piruinha. Além dele, traficantes de drogas que igualmente usariam o esquema para lavar dinheiro. A tecnologia do crime parece estar na máfia israelense conhecida como Albergil Family. Houve 13 prisões.
Emerson Sheik, titular da equipe do Corinthians, parece ser o atleta que terá mais problemas com a Polícia Federal. Ele já vinha sendo investigado por movimentações milionárias suspeitas de milhões de reais em suas contas. Ele é um velho conhecido da polícia e, também, da Justiça. De nome verdadeiro Marcio Passos de Albuquerque, o Sheik corintiano já foi condenado por usar nome e idade falsos num passaporte. Entre 2006 e 2007, quando jogava no futebol árabe, já teve de explicar suas movimentações atípicas de dinheiro.
Diguinho, do Fluminense, Kleberson, ex-Flamengo, Seleção Brasileira e atualmente no Atlético Paranaense também entraram no radar das operações por terem comprado carrões com altos descontos na rede de lojas investigada. No inquérito também deverão aparecer os nomes dos cantores Latino e Belo, aquele que já foi preso por envolvimento ao tráfico. Ambos também foram identificados como compradores.
Abaixo, notícia sobre o assunto publicada ontem por 247:
 Uma megaoperação da Polícia Federal, realizada nesta sexta-feira, resultou na prisão de treze pessoas no Rio de Janeiro e no Espírito Santo. Entre os dez detidos no Rio, há três policiais militares e dois israelenses. A operação “Black Ops” acontece em 14 estados e no Distrito Federal e tem o objetivo de prender integrantes de uma organização criminosa que atua em diversos países, inclusive no Brasil. De acordo com a assessoria da PF, foi pedido à Justiça o bloqueio de pelo menos R$ 50 milhões, que eram movimentados pelo grupo. A quadrilha é suspeita de crimes tributários, lavagem de dinheiro, contrabando e comércio ilegal de pedras preciosas, crime contra a economia popular, formação de quadrilha e exploração de máquinas caça-níqueis. Foram enviados 119 mandados de busca e apreensão e 22 de prisão. Um veículo avaliado em R$ 1,3 milhão foi apreendido em Bauru, interior de São Paulo.
Em um comunicado divulgado pela PF, os agentes afirmam que é um grupo aliado a uma máfia israelense que estaria envolvida em esquemas ilícitos em diversos países. A investigação contou com o apoio de agências de inteligência de Israel, da Inglaterra e dos Estados Unidos. O superintendente da Polícia Federal no Rio, Valmir Lemos de Oliveira, disse também que o israelense, chefe do grupo, chegou a ser preso em 2006. À época, diversos mandados de prisão internacionais haviam sido enviados contra ele, mas a Justiça brasileira não concedeu a extradição. Em 2006, a PF informou que ele seria o maior traficante internacional de ecstasy, sendo procurado pelas polícias de Israel, Estados Unidos, Uruguai e Brasil. Nesta sexta-feira, ele foi preso num condomínio na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do estado. Os três policiais militares, presos no Rio, são suspeitos de fazer segurança para o israelense. Caso condenados pela justiça, os suspeitos podem pegar até 10 anos de prisão.
O nome da operação tem como origem um jogo de videogame de 2010, chamado Call of Duty: Black Ops.

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