Bons tempos aqueles em que a face pública do PDT era a de Leonel Brizola. Naqueles idos, quando um pedetista falava em “resistir a bala”, o que estava em jogo era a manutenção da ordem democrática, como na Campanha da Legalidade, liderada por Brizola em 1961, a partir do Palácio Piratini, para garantir a posse de João Goulart após a renúncia de Jânio Quadros. E quando se discutia corrupção, especulava-se sobre o número de cabeças de gado que Brizola mantinha em sua estância uruguaia. Em 2001, uma reportagem de uma revista semanal o acusou de multiplicar o número de suas reses de 200 para 700 em trinta anos – e aqueles eram os “escândalos” do PDT, o que até gerou a piada interna, no partido, de que Brizola era mau fazendeiro. “Dizíamos que ele só criava vacas virgens”, lembra o advogado José Roberto Batochio, ex-presidente do PDT em São Paulo e também pecuarista.
Hoje, a face pública do PDT é a do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, que, na época de Brizola, fazia parte do grupo dos “taifeiros” – como são chamados os militares de baixa patente, a quem são delegadas tarefas menores. “Resistir a bala” não significa mais defender a democracia, mas sim garantir benesses e privilégios oficiais. E quando se fala em corrupção, não se trata mais de vacas uruguaias, mas sim de ONGs fantasmas. Exemplo: uma reportagem do jornal Estado de S. Paulo desta quarta-feira revela que o Ministério do Trabalho repassou R$ 3,75 milhões para uma Organização Não Governamental que só existe no papel.
É Dr. Arnaldo, cuidado com esse Lupi. Isso tá acabando com o PDT. A debandada é geral. Vai tirar votos do senhor.
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